OS MÉTODOS ABAIXO SE BASEAM EM DOIS OBSERVADORES DISTANTES NA DIREÇÃO NORTE-SUL
1°) Método cronométrico ou método de Halley:
Este método necessita dois observadores muito distantes, situados em latitudes diferentes, se possível, um no hemisfério do norte e outro no hemisfério do sul. A distância entre eles deve ser a maior possível (exemplo: Noruega e África do Sul).
A diferença de latitude conduz cada observador a ver Vênus cruzar o disco solar com trajetória diferente.
A corda (isto é, o segmento que vai de um bordo a outro do Sol) será percorrida, também, em durações diferentes para cada um deles. Assim, as datas do contato interno de entrada de Vênus no disco solar e a de contato interno de saída vão também depender da posição geográfica. Um cronômetro sincronizado com um relógio atômico internacional permitirá a detecção exata destes instantes.
Observação dos contatos
Diferentes contatos do trânsito de Vênus, crédito:Venus2004.org
Contato I: Contato externo de entrada
Trata-se do instante em que Vênus aparece no limbo externo do Sol. A observação deste contato é quase impossível por causa da ofuscação solar.
Contato II: Contato interno de entrada
Trata-se do primeiro instante em que Vênus está inteiramente dentro do disco solar. Esta observação também é difícil, mas por outra razão, a “gota negra” (Veja a figura abaixo). Diversas razões explicam este fenômeno: a atmosfera de Vênus, a difração no interior do telescópio, a turbulência atmosférica, etc.
Por causa da “gota negra”, o observador tem a impressão que Vênus ainda está ligado com o limbo do Sol.
Entretanto, este instante do contato interno de entrada DEVE ser detectado o mais exatamente possível pois é um dos dados mais importantes do cálculo.
Contato III: Contato interno de saída
Trata-se do ultimo instante em que Vênus ainda está inteiramente dentro do disco solar. Considera-se que o contato terminou quando uma parte de Vênus, mesmo minúscula, já tiver saído do disco solar.
O instante do contato interno de saída também deve ser detectado o mais exatamente possível, embora sua observação seja, talvez, difícil por causa da turbulência atmosférica.
Contato IV: Contato externo de saída
Este é o momento em que Vênus já deixou completamente o disco solar, mas ainda pode-se ver uma minúscula parte do planeta.
Gota negra
O contato interno de entrada II está a fase A.
Princípio da medição
Cada observador deve determinar exatamente os instantes dos contatos II e III. É importantíssimo conhecer precisamente as coordenadas geográficas, isto é as latitudes e as longitudes dos observadores.
Em sumo, eis os parâmetros necessários para um bom cálculo da unidade astronômica:
Cada observador deve possuir:
A data do contato interno de entrada, cognominado contato II
A data do contato interno de saída, cognominado contato III
As coordenadas geográficas das estações de observação.
A distância entre os observadores deve ser a maior possível na direção Norte-Sul
CUIDADO:
Observar o sol pode ser muito perigoso. Leia as precauções de segurança:
http://www.venus2004.org/sinformer/n/news3367.php?langue=3